O mercado de ações dos EUA encerrou o dia em alta nesta segunda-feira, impulsionado pelo otimismo crescente antes de uma enxurrada de resultados de grandes corporações e da reta final para a eleição presidencial de 5 de novembro. A confiança dos investidores foi fortalecida pela estabilidade no fornecimento de energia, que permanece inalterado apesar da escalada de tensões no Oriente Médio e da ausência de impacto em infraestruturas críticas.
A resposta de Israel ao ataque iraniano no início deste mês focou em instalações militares e locais estratégicos próximos a Teerã, deixando refinarias e instalações nucleares fora da zona de ataque. Essa cautela reduziu os riscos ao fornecimento global de petróleo, tranquilizando investidores preocupados com o impacto das tensões geopolíticas no setor de energia.
O destaque desta semana será a divulgação dos resultados trimestrais de 169 empresas do S&P 500, incluindo muitos dos líderes de tecnologia. Os investidores estão especialmente atentos aos chamados de "Magnificent Seven" — os gigantes da tecnologia que levaram o mercado a recordes históricos. Alphabet, Meta e Apple divulgarão seus resultados nos próximos dias, aumentando a especulação sobre novos ganhos.
Os principais índices subiram de forma constante na segunda-feira: o S&P 500 avançou 15,4 pontos (+0,27%), fechando em 5.823,52; o Nasdaq Composite subiu 48,58 pontos (+0,26%) para 18.567,19; e o Dow Jones teve um ganho de 273,17 pontos (+0,65%), encerrando em 42.387,57.
Na semana passada, a Nvidia superou a Apple em valor de mercado, tornando-se a empresa mais valiosa do mundo. Agora, os investidores aguardam ansiosamente dados sobre os gastos em IA, fator que pode desempenhar um papel crucial no desempenho do setor de tecnologia, dada a enorme expectativa em torno da IA nos próximos anos.
"Os relatórios de resultados serão fundamentais para entender quais despesas de capital as empresas poderão fazer no próximo ano," afirmou Paul Christopher, chefe de estratégia de investimento global no Wells Fargo Investment Institute. Executivos corporativos compartilharão seus planos para o futuro, o que servirá como um guia importante para os investidores. Microsoft e Amazon estarão especialmente em destaque esta semana ao divulgarem seus resultados.
O índice Russell 2000, que acompanha empresas de pequena capitalização, subiu 1,63% hoje, superando os principais índices. Esse aumento reflete o apetite dos investidores por ativos de maior risco, à medida que as empresas maiores se concentram nos resultados.
A Bolsa de Valores de Nova York foi dominada por ações em alta hoje, com quase dois ganhadores para cada perdedor (uma proporção de 1,88 para 1). Um número impressionante de ações atingiu novos recordes, com 147 novos recordes registrados na NYSE e 41 novas mínimas. O S&P 500 apresentou 15 novas máximas anuais e 2 novas mínimas, enquanto o Nasdaq Composite registrou 101 novas máximas e 67 novas mínimas.
Os mercados estarão atentos aos dados econômicos esta semana, especialmente ao Índice de Preços ao Consumidor (CPI) que será divulgado na quinta-feira. Esses dados são cruciais para o Federal Reserve, pois são um indicador da inflação e podem influenciar sua política futura.
Com a eleição presidencial se aproximando, os investidores estão de olho na situação política dos EUA. Apesar das previsões acirradas, os mercados consideram a possibilidade de um segundo mandato de Donald Trump, o que adiciona uma camada extra de incerteza à estratégia de investimento para os próximos anos.
As ações da gigante aeronáutica Boeing caíram 2,8% depois que a empresa anunciou que arrecadará até 22 bilhões de dólares em financiamento adicional. Os fundos devem ajudar a Boeing a enfrentar dificuldades financeiras causadas por uma greve trabalhista que tem impactado significativamente seus negócios.
As ações da 3M subiram 4,4%, dando um suporte significativo ao Dow Jones. Os ganhos vieram após analistas do JP Morgan elevarem o preço-alvo para o conglomerado industrial, aumentando o otimismo dos investidores e contribuindo para o sentimento positivo no mercado.
O iene atingiu a mínima de três meses em relação ao dólar americano. A desvalorização ocorreu em meio à instabilidade política no Japão após as eleições recentes, que deixaram o país em um estado de incerteza política que repercutiu no mercado de divisas.
Os mercados estão de olho nos dados de empregos nos EUA para outubro, que serão divulgados na sexta-feira. A expectativa é de que a economia adicione 123.000 postos de trabalho e que a taxa de desemprego se mantenha estável em 4,1%. Esse relatório será um indicador essencial da saúde econômica a uma semana da eleição presidencial.
Nas vésperas da eleição presidencial dos EUA, as pesquisas mostram uma disputa acirrada, com a vice-presidente Kamala Harris liderando com uma margem estreita sobre Donald Trump, com 46% contra 43%, de acordo com uma pesquisa nacional. A votação de 5 de novembro promete ser uma das mais acirradas e imprevisíveis dos últimos tempos.
Com dados políticos e econômicos no radar, o rendimento do título do Tesouro dos EUA de 10 anos atingiu seu nível mais alto em três meses. Na segunda-feira, o rendimento subiu 4,4 pontos-base, chegando a 4,274%, refletindo um aumento no interesse por ativos de longo prazo antes das eleições e dos dados econômicos.
"Estamos vivenciando uma espécie de calmaria antes da tempestade," descreveu Subadra Rajappa, chefe de estratégia de taxas dos EUA no Societe Generale. Segundo ela, os investidores estão cautelosos antes da eleição presidencial, tentando minimizar riscos.
Os preços do petróleo caíram acentuadamente, à medida que diminuíram os receios de uma escalada no Oriente Médio. Os futuros do Brent fecharam a $71,42 por barril, queda de 6,09% ou $4,63. O WTI americano também caiu 6,13%, ou $4,40, encerrando o dia a $67,38 por barril. Essa queda pressionou as ações do setor de energia, com o setor de energia do S&P 500 fechando o dia em baixa de 0,7%, embora os principais índices tenham permanecido em território positivo.
As ações da Trump Media & Technology Group, dona da plataforma Truth Social, subiram 21,6% na segunda-feira, continuando a recente valorização. O interesse na empresa está crescendo com a aproximação das eleições e o aumento da atenção aos ativos de mídia associados a Donald Trump.
Os mercados globais também apresentaram crescimento, com o índice MSCI para ações mundiais subindo 0,29%, ou 2,44 pontos, para fechar em 847,93. O índice europeu STOXX 600 também encerrou o dia em alta de 0,41%, refletindo o sentimento positivo dos investidores no mercado global.
O iene japonês continua sob pressão devido às mudanças políticas no país. Os resultados das últimas eleições enfraqueceram a coalizão governista, trazendo significativa incerteza para o curso político e para a política monetária. O Partido Liberal Democrata do Japão perdeu a maioria parlamentar, ficando com 215 assentos na câmara baixa, em vez dos 233 necessários, o que trouxe novos desafios para a governança e a política financeira do país.
O dólar registrou ganhos significativos frente ao iene, subindo 1% e alcançando 153,88, o valor mais baixo do iene desde o final de julho. Mais tarde, o dólar corrigiu levemente, encerrando a sessão de negociação com alta de 0,64% a 153,28. Esse movimento reflete o interesse contínuo pelo dólar, apesar da instabilidade que afetou a moeda japonesa após as recentes mudanças políticas no Japão.
O índice do dólar, que acompanha seu valor em relação a uma cesta de principais moedas mundiais, apresentou uma leve queda de 0,08%, atingindo 104,30. Ao mesmo tempo, o euro se fortaleceu 0,19%, alcançando $1,0813. Esses indicadores refletem a dinâmica complexa dos mercados cambiais em meio a fatores políticos e econômicos globais, além do delicado equilíbrio entre os blocos monetários americano e europeu.
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